sábado, 4 de janeiro de 2014

Uma viagem inesquecível (parte 2)



1° dia - 05/07/13
O dia da despedida

    O navio desatracou as 10 horas da manhã e antes disso,  durante a despedida das famílias, eu fui como uma muralha... forte e inabalável, venci e superei até o soluçar da mãe durante um último abraço, tem arma mais forte que esta para derrubar um sujeito? Não fiz por orgulho, fiz porque gosto de desafiar os sentimentos, tento provar que eles nao me dominam, sou superior, sou algo além de humano... talvez esteja apenas me iludindo, pois quando o navio se afastou do cais e eu vi minha irmã, que por 5 meses seria apenas uma imagem na memória, quando vi a pequena se apequenando cada vez mais, tão distante, até se perder de vista, aí meu coração se apequenou também e apertou forte no peito, o gigante desmoronou na hora, o bravo deu lugar ao sentimental e eu me desmanchei em prantos. Eu que estava me esforçando para cair na real, como se chutasse uma daquelas máquinas de refrigerante esperando a ficha cair e quando estivesse desistindo e sem esperança ela caia e a nossa recompensa bem ali a nos saciar a sede e a vontade, a preencher nosso vazio... vazio insaciável...

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Uma viagem inesquecível

Fiz no segundo semestre de 2013 uma viagem de aproximadamente 5 meses por alguns países da Europa, da América do Norte e da América do Sul. Uma aventura inesquecível que fiz com grandes amigos, para ser mais preciso com a minha turma, a bordo de um navio e que pretendo compartilhar com vocês aqui neste blog.
Aos poucos vou postando aqui no blog, espero que gostem!



Dia 0 - 04/07/2013
Véspera da desatracação

Hoje é véspera da desatracação e confesso que me sinto sereno, tranquilo, vazio... quer dizer, confesso também que isso me deixa angustiado, a maior frustração de um poeta é o assentimentalismo. Eu espero por dias como este, vésperas de datas marcantes, espera de resultados, mudanças. Quero poder transbordar de sentimentos e preencher o papel com eles, mas hoje nada vem a mim. Eu fico esperando pelo momento certo para escrever algo, quero surpreender a mim mesmo, mas não tomo coragem para começar a escrever aquilo que sei que não tem fim... estaria incompleto, uma obra inacabada. Eu preciso amadurecer para entender que simplesmente nada tem um fim de verdade, as coisas terminam onde outras começam, sendo que estas só existem por causa daquelas.  Um dia eu aprendo, por enquanto fica a promessa de que esta viagem estará repleta de fortes emoções... a começar por amanhã cedo, 10 horas da manhã para ser mais preciso, encontro marcado com a saudade, ela seguirá comigo por cada canto longínquo que eu passar... Por hoje fico por aqui, boa noite!

Lucílio Fontes Moura


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